Mundo, mar, terra, rostos, pássaros, jarras, tudo tem sua devida forma e devida utilidade. Tudo se completa e se integra de uma forma, nós somente que tiramos esse fabuloso equilíbrio. Guerras, produtos tóxicos, poluição, cada um desses e muitos outros fatores fazem tal desequilíbrio se tornar mera história de ninar ou sonho inalcançável.
Isso também pode ser aplicado na vida real. Temos ritmo, rotinas, metas, amizades, amores e mais milhares de variáveis que nos cercam e nos equilibra de uma forma tão sutil que quase nunca notamos o quão importante é um “bom dia” seguido de um belo sorriso.
A vida é formada de uma série quase infinita de pequenos fatores que nos fazem seguir sem sequer olhar pra traz. Mas quando isso não é verdadeiro acontece o mesmo que no caso da natureza, reagimos de forma bruta e talvez indomável pra nos proteger dos agressores que nos circulam, seja uma pessoa grossa ou um parente chato, ou quem sabe a confiança perdida em pessoas que nos entregamos.
Já parou pra analisar como você era inocente e hoje é malicioso, como você ficava assustado com uma briga e hoje em dia a reação nunca é a mesma de quando você era uma pequena criança, cheia de esperança e fibra? A vida nos submete á situações as quais nos transformas em monstros e no final de contas achamos isso certo e ficamos bobos com a “inocência” de certas pessoas.
Sinceramente, sinto falta da minha esperança nas pessoas, graças às falhas de alguns que passaram na minha vida, hoje eu não consigo mostrar grande parte do que sou, tenho certo receio do que podem fazer comigo de como seria machucado de novo e de como seria duro ter que passar por tudo que eu passei. Sinceramente, não agüentaria.
Mas apesar de todos esses paradigmas, medos e covardias, ainda acontecem momentos de que a vida nos oferece oportunidades tão aparentemente perfeitas que ficamos meio estasiados, e em meio a esse transe hipnótico tendemos a fazer todas aquelas coisas que já fizemos uma veze juramos nunca mais fazer isso, pois se essa seria a chance de achar a dita (ou maldita, que seja) harmonia, valeria a pena, afinal vivemos uma vida toda em busca disso.
Um ponto que causa muita discussão é esse: Arrisco? Sinceramente, eu acho que se eu to de pé e cair o máximo que aconteceria é ter que levantar, se livrar da sujeira que fizeram e seguir em frente. Afinal, ninguém nasceu a passeio, todos viemos com uma meta, e no meio do caminho está achar a harmonia, achar tudo aquilo que completa você e da forma a sua vida e se você PODE estar na frente de uma oportunidade, para que correr o risco de perder a chance de você encontrar sua harmonia? Se você é daqueles que por tudo usa “nunca mais” é aqui que você pode perder o melhor da vida.
Uma coisa que se pode parar pra pensar é: Quem é que nunca se feriu? Quem nunca feriu alguém? E refletir bem sobre você e as limitações que você se impõe e se vale viver a vida que você tem vivido, ou se arriscar a acertar?
"Chuang Tzu que sonhou que era uma borboleta e que não sabia, ao acordar, se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem."
Não viva as limitações que a vida te impõe, imponha vida sobre as limitações que matam sua coragem de viver.
Pablo Diego, Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2007